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domingo, 20 de maio de 2018

Divindades

Conceito:

Divindade é um ser sobrenatural, usualmente com poderes significantes, cultuado, tido como santo, divino ou sagrado, e/ou respeitado por seres humanos. Normalmente as divindadessão superiores aos seres humanos e à natureza.
Divindades assumem uma variedade de formas, mas são freqüentemente antropomorfas ou zoomorfas. Uma divindade pode ser masculina, feminina, hermafrodita ou neutra, mas é usualmente imortal.
Por vezes, as divindades são identificadas com elementos ou fenômenos da natureza, virtudes ou vícios humanos ou ainda atividades inerentes aos seres humanos.
Assume-se que uma divindade tenha personalidade e consciência, intelecto, desejos e emoções, num sentido bastante humano desses termos. Além disso, é usual que uma determinada divindade presida sobre aspectos do cotidiano do homem, como o nascimento, a morte, o tempo, o destino etc. A algumas divindades é atribuída a função de dar à humanidade leis civis e morais, assim como serem os juízes do valor e comportamento humano.
É também comum atribuir às divindades, ou a interações entre elas, a criação do universo e sua futura destruição.

Historicamente, não é possível definir qual foi a primeira tribo a manifestar uma idéia de divindade. As primeiras dessas concepções teriam surgido nos períodos Paleolítico e Neolítico, e teriam sido manifestadas pelo sentimento humano de um vínculo com a Terra e com a Natureza, os ciclos e a fertilidade.[1] Contudo, os escritos mais antigos até hoje encontrados referem-se às concepções vindas das religiões suméria, védica e egípcia, as quais surgiram por volta de 3600 a.C..

No Oriente a partir dos séculos VII e VI aC., surgiram sistemas filosóficos (budismotaoismoconfucionismo), que não veneram divindades, mas se baseiam em conceitos não-teísticos, os quais chegaram aos nossos dias, com centenas de milhões de adeptos espalhados por vários países dos mundo.

No Extremo Oriente (China, Japão e Índia) foram desenvolvidos complexos conceitos filosóficos não-teísticos, os quais, ao longo do tempo, tem se mesclado com as tradições de primitivas religiões politeístas, que sempre ali existiram e que estavam profundamente enraizadas no espírito do povo.

Xintoísmo – É uma religião nativa do Japão. Envolve a adoração dos Kami, que representam deuses, ou os espíritos da natureza, ou ainda, simplesmente uma presença espiritual. O tema principal e mais importante na religião Xintoísta é um grande amor e reverência pela natureza. Assim, a Lua, uma Cachoeira ou uma Rocha podem ser observados como um Kami.
Os Kamis não são divindades transcendentes, mas sim seres divinos que estão próximos a nós, que habitam o mesmo mundo que nós, cometem os mesmos erros que nós, e têm sentimentos e pensamentos semelhantes aos nossos. Uma pessoa que morre pode automaticamente ser transformado em Kami, não importando o tipo de vida que ela tenha levado.
Os Kamis podem ser bons ou maus. O Xintoísmo é uma coleção de rituais e métodos que regulam as relações entre os seres humanos e as divindades (Kami). A vida após a morte não é uma preocupação primária para os xintoístas, pois uma ênfase maior é colocada em encontrar a felicidade na vida nesse mundo.

Taoísmo – É uma filosofia não-teística criada por Lao-Tsé, que expôs seus pensamentos no livro: Tao Te Ching. O conceito Deus, conforme é conhecido na tradição ocidental, não existe nesta filosofia. Tudo o que existe é o Tao, que significa “O Caminho”. Tao é um conceito que transcende as dimensões espaço-tempo e, portanto, não pode ser compreendido pela limitada mente humana. Constitue a essência do universo, a realidade última e indefinível, e é através do Tao – termo e meio eterno da evolução – que passam todas as coisas. Tudo é cíclico, pois Tao é a energia que flui através de toda a vida. De Tao deriva-se Yin e Yang – o número dois, que representa a natureza dual de todas as coisas (bom-ruim, vida-morte, dia-noite, claro-escuro, felicidade-tristeza, saúde-doença). De Yin e Yang nasce implicitamente o três (Céu, Terra e Humanidade) e, finalmente, por extensão, se produz a totalidade do mundo na forma como o vemos e conhecemos.

Budismo – Criado por Siddhartha Gautama, o Buda ou o Iluminado, é geralmente visto como uma religião não-teística, embora pregue a existência de deuses – os devas – que são criaturas que gozam de grande felicidade em seus mundos celestiais. Contudo, esses seres, não são eternos e estão sujeitos à morte e a eventuais renascimentos como seres inferiores, amarrados a um determinado aspecto da natureza, no qual terão que incondicionalmente trabalhar. A existência do homem é passageira e cíclica – o Samsara (conjunto dos ciclos de nascimento e morte). O homem somente estará livre desse “Ciclo de Renascimentos” quando eliminar definitivamente seu auto-apreço atingindo a libertação ou Nirvana. Para os budistas somente os seres-humanos podem atingir o nirvana ou a iluminação, os deuses por desconhecerem o sofrimento são incapazes de gerar renúncia ou compaixão. O ser Iluminado confunde-se então com a Mente Universal. Diversos Tantras budistas declaram sobre esse Ser Iluminado:
 “Eu sou o Núcleo de todas as coisas que existe. Eu sou a Semente de todas as coisas que existe. Eu sou a Causa de todas as coisas que existe. Eu sou a Raiz da Existência”.

Confucionismo - Sistema filosófico, religioso e ético desenvolvido a partir dos ensinamentos de Confúcio. O objetivo principal dessa filosofia consiste - não em subjugar as pessoas a um Ser Superior (Deus) - mas sim, através de Ritos, trabalhar no interior delas, a fim de moldar seu comportamento e dar auto-controle sobre seus desejos. Nesse sentido, todos reconhecerão sua posição relativa diante de seus semelhantes, identificando a cada instante quem é o mais jovem e quem é o mais sábio, quem é o visitante e quem é o dono da casa, e assim por diante; e atingirão o conhecimento sobre sua obrigação entre os outros e sobre o que esperar deles. Há obrigações específicas prescritas para todos os participantes em todas as ramificações do relacionamento humano. "Não faça aos outros, aquilo que voce não quer que eles façam a você", é a máxima chinesa conhecida como Regra de Ouro do Confucionismo. A solidariedade e a educação são os grandes ideais buscados por essa filosofia, e em Confúcio está o maior exemplo dessas virtudes.

Deusa Mãe - Precedido por cerimônias de cultos aos mortos (300 mil a.C.), data de 30 mil anos a.C. o primeiro registro humano de um sentimento de culto e de religião a uma divindade feminina;[1] segundo alguns autores, o vínculo com a Terra, a Natureza, a fertilidade e os ciclos teria formado o primeiro sentimento humano de divindade e o mito do útero de uma Deusa mãe ou Mãe Cósmica.

Inicialmente cultuada na Índia, como Kali, a Mãe Informe, recebeu depois o nome de Tiamat (Babilônia), Temut (Egito), Nu Kua (China), Têmis (Grécia pré-helênica) e Tehom (Síria e Canaã) ou Abismo (Bíblia).
Esta concepção teve origem na experiência do nascimento humano, que consistia na única origem possível das coisas: a visão de um útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole.
A partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitava este sangue, surgia os "frutos", a própria maternidade. Muitas tradições referiram o princípio do coração materno que detém todo o poder da criação. Este coração materno, "uma energia capaz de coagular o caos espumoso" organizou, separou e definou os elementos que compõem e produzem o cosmos; a esta energia organizadora os gregos deram o nome de Diakosmos, a Determinação da Deusa.
Os egípcios, nos hieróglifos, chamaram este coração de ab e os hebreus foram os primeiros a chamar de pai. O coração e o sangue definiriam um elo imanente a todos os seres que dele nasciam e a idéia de coração oculto do universo que pulsa e mantém o ritmo de ciclos das estações, dos nascimentos, mortes, destinos. Este é o significado que está no Livro dos Mortos ou das mutações. No mesmo sentido o livro chinês I Ching é denominado Livro das Mutações.


       Ateísmo – Contrapondo-se à visão do teísmo, o ateísmo afirma a existência somente deste mundo não existindo outros deuses a não ser o próprio homem. Para alguns ateus, o conceito Deus deixou como sequela para a humanidade uma inumerável quantidade de tradições e costumes, mantidas em seu nome, que conduziram o ser humano a um segundo plano, fato este que fez girar a roda da história contra ele mesmo, subjugando-o à vontade deste conceito intangível, e limitando sua vida e sua criatividade por gerações e gerações.

·        Agnosticismo – Dentro da visão agnóstica, não é possível provar racionalmente a existência de Deus, como também é igualmente impossível provar a sua inexistência. O politeísmo e o monoteísmo enquadram-se dentro de uma visão gnóstica de deus, isto é, Deus ou os deuses são seres cujos atributos estão perfeitamente definidos ou revelados em seus livros sagrados. Para um agnóstico, no entanto, Deus pode até existir, porém suas características são incompreensíveis para a razão humana.

·        Panteísmo – A visão panteísta sustenta que o Universo inteiro é o próprio Deus. Assim: "Deus é o Universo, e o Universo é Deus". No panteísmo dá-se ênfase às divindades imanentes, enquanto que no Panenteísmo (visão em que o Universo está inteiramente contido em Deus, porém Este é alguma coisa maior que o Universo) dá-se ênfase às características transcendentais de Deus.

·     Animismo – Crença na qual se atribui a todos os elementos do cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, árvores, plantas) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite) um princípio vital e pessoal, isto é, uma Alma.
Consequentemente, todos esses elementos são passíveis de possuirem: sentimentos, emoções, vontades ou desejos, e até mesmo inteligência. Resumidamente, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas são Vivas", "Todas as coisas são Conscientes", ou "Todas as coisas têm uma Alma".
Atualmente, discute-se quais foram historicamente os primeiros cultos que deram origem a todas as religiões e a todos os deuses. Alguns historiadores e cientistas defendem a tese de que foram os mitos politeístas, enquanto outros afirmam que foram os cultos animistas.

Fonte:http://www.espiritualismo.info/deus.html

sábado, 12 de maio de 2018

Ninfas


As ninfas são figuras mitológicas que pertencem a categoria de espíritos da natureza. Elas são figuras femininas que estão ligadas a elementos naturais e, às vezes, a lugares ou objetos em particular.
Os gregos então acreditavam que as ninfas habitavam lagos, montanhas, campos e bosques sendo elas as responsáveis por levar felicidade e alegria para as pessoas.
Segundo a mitologia, elas também representam e personificam a graça da fertilidade da natureza bem como suas características de fecundidade.
Muitas ainda aparecem na mitologia grega como uma personificação das diversas características de alguns deuses e deusas gregos.
O significado da palavra ninfa (Nimphe) pode ser bem variado mas entre eles podemos encontrar “noiva” e até mesmo “botão de rosa”.
O que muita gente também não sabe é que muitas delas eram aladas, ou seja, possuíam asas. Um exemplo é Hérmia, que era considerada a deusa de todas as ninfas.
 Banho das Ninfas

A classificação das ninfas da mitologia grega


Existem diversas classes e tipos de ninfas, de acordo os hábitos que possuem ou com as esferas naturais que elas representam e estão associadas. Sendo assim, vamos conhecer as mais populares delas:
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Dríades, as ninfas do Carvalho

As Ninfas Epigéias

Essas ninfas nada mais são do que um grupo associado à terra e também
do cultivo. São elas:
  • Antríades: são associadas as cavernas
  • Orestíadesou Oréades: representam as montanhas
  • Auloníades: são associadas aos pastos
  • Napéias: são a representação dos vales
  • Limáquides ou Limónides: são associadas aos prados e campinas
  • Alseídes: são associadas dos arvoredos
  • Antusas: são ninfas das flores
  • Dríades: são associadas as árvores, especialmente o Carvalho
  • Hemadríades: são as ninfas que representam as outras árvores
  • Melíades: são associadas às árvores do freixo.
Nereidas, as ninfas do mar

As ninfas Agrónomides ou Agrónomos

Esse é um grupo de ninfas que sãoassociadas aos campos já cultivados. São elas:
  • Epimélide: são as ninfas associadas aos pomares
  • Perimélides: representam o gado e também os rebanhos

As Ninfas Halíades ou Halias

Esse é um grupo de ninfas que está associado às águas, tanto doces como salgadas. Veja quais são elas:
  • Oceânidas: são as filhas do Oceano e representam qualquer tipo de água, mas normalmente são associadas a água salgada.
  • Nereidas: são filhas de Nereu e, por isso, são associadas ao Mar Mediterrâneo, bem como aos mares calmos e aos litorais.
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Antusas, as ninfas das flores

As ninfas Hidríades

Esse é o grupo de ninfas que são associadas unicamente às águas doces. Veja quais são:
  • Náiades: são as ninfas das águas doces
  • Crineias: são as ninfas associadas a fontes
  • Pegéias: são associadas aos mananciais e nascentes
  • Potâmides: também são associadas aos rios
  • Limneidas: já essas são associadas aos lagos
  • Heleiades: são associadas aos pântanos

As ninfas Urânias

Esse é o grupo de ninfas associadas aos céus. Veja quem são elas:
  • Neféles: são filhas de Hemera, tanto por geração espontânea como resultado de sua união com Éter. Elas são as ninfas das nuvens.
  • Auras: são as ninfas relacionadas às brisas
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Náiades, as ninfas da água doce

As ninfas Asterias

Esse, como o nome sugere, é o grupo de ninfas ligadas aos astros e estrelas. Veja quais são elas:
  • Híades: são as filhas de Atlase irmãs de Hías essas ninfas foram as responsáveis por cuidar de Dionísio. Elas são as ninfas da navegação
  • Plêiades: essas são as ninfas da chuva e elas são filhas e Pleione e Atlas e irmãs de Híades.
  • Hespérides: são filhas de Atlas e Hesperia e são associadas ao entardecer. Na mitologia grega elas foram as responsáveis por cuidar do jardim onde cresciam os pomos de ouro que conferiam imortalidade para quem os comesse.

As musas
As Musas do Olimpo passaram a fazer parte do séquito de ninfas de Apolo durante o período conhecido como era olímpica. São elas:

As Musas
  • Calíope: poesia épica
  • Clio: história
  • Erato: poesia lírica ou erótica
  • Euterpe: música
  • Melpômene: tragédia
  • Polímnia: poesia sacra
  • Tália: comédia
  • Terpsícore: dança
  • Urânia: astrologia

Vale lembrar ainda que além dessas existem muitas outras ninfas que fazem parte da mitologia grega e aparecem nos contos como personagens de diversas histórias. Elas também aparecem em diversas lendas de amor, tal como a história de Calisto e Eco.
O fato é que as ninfas são figuras de extrema importância para a mitologia grega e agora você já sabe um pouco mais sobre elas!  

Fonte:https://mitologiagrega.net.br/ninfas-da-mitologia-grega/

Elfos


São criaturas mitológicas do folclore celta e escandinavo – presentes, portanto, nas lendas de países como Grã-Bretanha, Noruega e Suécia. Nessas histórias eles usam seus poderes mágicos para aprontar travessuras e são quase imortais: só morrem se forem assassinados, imunes à velhice e às doenças.Na maioria dos relatos, surgem como anõezinhos de orelhas pontudas – mas, dependendo da região de origem da lenda, assumem formas que vão de espíritos protetores da natureza a anões pretos, cinzentos ou brancos. “A raiz do nome elfo, alf, é a mesma de ‘alvura’, o que indica um caráter positivo”, diz o historiador Hilário Franco Júnior, da USP.As histórias, porém, nem sempre mostram elfos bonzinhos. “Os Edda, coleção de textos da mitologia escandinava do século XIII, trazem três tipos: os brancos, bons, e os negros e cinzentos, perversos”, afirma Verlyn Flieger, professora de Mitologia Comparada da Universidade de Maryland, Estados Unidos.Com a expansão européia do Cristianismo, os elfos acabaram demonizados – mas essa imagem foi virada ao avesso pelo escritor J.R.R. Tolkien na trilogia O Senhor dos Anéis (1954), em que os elfos são belos e sábios, parecidos com humanos de estatura elevada.


Além de serem portadores de uma beleza extrema, caracterizam-se pela imortalidade, pela inteligência e, ainda, pelos poderes mágicos.
Diz-se que que têm a capacidade de atravessar as portas, as quais representam o que une o mundo dos vivos do mundo dos mortos.
Muito ligados à natureza, vivem nas florestas, e têm como rainha a figura da Dama Branca.
Príncipes Elfos The Shannara Chronicles

Literalmente, os elfos são gênios que, na mitologia escandinava, simbolizam o ar, a terra, o fogo e água.
No poema Völundarkviða, o herói ferreiro Völundr foi chamado "Governante dos Elfos" (vísi álfa) e "Rei dos Elfos" (álfa ljóði). A introdução em prosa desta obra também o identifica como filho dos fineses (finns), povo ártico respeitado por sua magia xamânica.
Na Saga de Thidrek, uma rainha humana descobre que o amante que a engravidou é um elfo e não um homem e depois dá à luz o herói Högni.
Na Saga de Hrolf Kraki, um rei chamado Helgi estupra e engravida uma elfa vestida de seda que era a mulher mais bela que jamais vira. A elfa dá à luz a meia-elfa Skuld, muito capaz em feitiçaria (seiðr) e quase invencível em batalha. Quando seus guerreiros caíam, ela os fazia erguerem-se de novo para continuar a luta. A única forma de derrotá-la era capturá-la antes que pudesse convocar seus exércitos, que incluíam guerreiros elfos. Skuld casou-se com Hjörvard, que matou Hrólfr Kraki.
Também o Heimskringla e na Saga de Thorstein, o Filho do Viquingue, relatos de uma linhagem de reis locais que governaram Álfheim, correspondente à atual província sueca de Bohuslän, cujos naturais desde então teriam sangue élfico e tinham a reputação de serem mais belos que a maioria dos humanos. O primeiro rei se chamou Alf (elfo) e o último, Gandalf (Elfo do Bastão, inspiração para o Gandalf tolkieniano).
Os elfos são também descritos como semideuses associados à fertilidade e ao culto dos ancestrais, como os daimones gregos. Como espíritos, os elfos podem atravessar portas e paredes como se fossem fantasmas, o que acontece nas Norna-Gests þáttr.
O mitógrafo e historiador islandês Snorri Sturluson referiu-se aos anões (dvergar) como "elfos da escuridão" (dökkálfar) ou "elfos negros" (svartálfar) e referiu-se aos outros elfos como "elfos da luz" (ljósálfar), o que frequentemente foi associado com a conexão dos elfos com Freyr, o deus nórdico do Sol (segundo Grímnismál, Edda Poética).
Na poesia e nas sagas nórdicas, os elfos são ligados aos Æsir pela frase muito comum "Æsir e os elfos", que presumivelmente significa "todos os deuses". Alguns eruditos comparam os elfos aos Vanir (deuses da fertilidade). Mas no Alvíssmál ("Os ditos do Conhecedor de Tudo"), os elfos são considerados diferentes tanto dos Vanir quanto dos Æsir, como mostra uma série de nomes comparativos na qual são dadas as versões dos Æsir, dos Vanir e dos elfos para diferentes palavras, refletindo as preferências de cada categoria.
É possível que haja uma distinção de estatuto entre os grandes deuses da fertilidade (os Vanir) e pequenos deuses (os elfos). Grímnismál relata que Frey (um dos Vanir) era o senhor de Álfheimr. O Lokasenna diz que um grande grupo de Æsir e elfos reuniu-se na corte de Ægir para um banquete. Menciona vários poderes menores, servos dos deuses como Byggvir e Beyla, pertencentes a Freyr, o senhor dos elfos, que eram provavelmente elfos, pois não são contados entre os deuses. Dois outros servos mencionados são Fimafeng (morto por Loki) e Eldir.
Um poema composto por volta de 1020, o Austrfaravísur ("Versos da Jornada para o Leste"), Sigvat Thordarson diz que, por ser cristão, recusou-se a entrar em um lar pagão, na Suécia, porque um álfablót ("sacrifício aos elfos") estava em curso. Provavelmente, tal sacrifício envolvia uma oferenda de alimentos. Da época do ano (próxima do Equinócio de Outono) e da associação dos elfos com fertilidade e ancestrais, pode-se supor que isso estava relacionado com o culto dos ancestrais e da força vital da família.
Saga de Kormák, por sua vez, relata como um sacrifício aos elfos podia curar um ferimento de guerra.
Considerando a tradição inglesa, a palavra elf do inglês moderno vem do inglês antigo ælf (pl. ælfe, com variantes como ylfe e ælfen). Originalmente, referia-se aos elfos da mitologia nórdica, mas também as ninfas dos mitos gregos e romanos foram traduzidas pelos monges anglo-saxões como ælf e suas variantes.
Elf-shot (ou elf-bolt ou elf-arrow, "flecha élfica") é uma palavra encontrada na Escócia e Norte da Inglaterra desde o século XVI, inicialmente com o sentido de "dor aguda causada por elfos", mas que depois passou a denotar pontas de flecha de pedra lascada, do neolítico, que no século XVII eram atribuídas pelos escoceses aos elfos e usadas em rituais de cura. Supostamente eram também usadas por bruxas (e, talvez, elfos) para causar mal a pessoas e gado. Tufos de cabelo embaraçado eram chamados elf-lock ("madeixa élfica") e supostamente causados por travessuras dos elfos. Paralisias repentinas eram às vezes atribuídas a golpes élficos.
A maioria dos elfos mencionados em baladas medievais inglesas são do sexo masculino e frequentemente de caráter sinistro, inclinados ao estupro e assassinato, como o Elf-Knight ("Cavaleiro Elfo") que rapta a rainha Isabel. A única elfa mencionada com frequência é a Rainha dos Elfos, ou da Elfland.
Já nos contos populares do início da Idade Moderna, os elfos são descritos como entidades pequenas, esquivas e travessas, que aborrecem os humanos ou interferem em seus assuntos. Às vezes, são consideradas invisíveis. Nessa tradição, os elfos se tornaram sinônimos das "fadas" originadas da antiga mitologia céltica, como os Ellyll (plural Ellyllongaleses.
Mais tarde, a palavra elf, assim como o termo literário fairy, evoluiu para denotar, em geral, vários tipos de espíritos da natureza, como spritepwccahobgoblinRobin Goodfellow, o brownie escocês e assim por diante. Esses termos não são mais claramente distinguíveis no folclore e passaram a ser equivalentes do igualmente genérico termo português "encantado".
Uma lenda diz que se alguém espalhar folhas de escambroeiro ou espinheiro-cerval (Rhamnus cathartica, em inglês blackthorn, de frutos purgativos) em um círculo e dançar dentro dele sob a lua cheia, aparecerá um elfo. O dançarino deve ver o elfo e dizer, Halt and grant my boon! ("Pare e me dê a bênção!") antes que ele fuja. O elfo atenderá então a um desejo.
Na literatura brasileira, há referências especialmente em novos autores de literatura fantástica. Aparecem em romances como A Chave da Harmonia: Rachaduras na Ordem, de Marcello Salvaggio, e Pelo Sangue e Pela Fé, de Cláudio Villa.
Já nas obras do ciclo de Melniboné, de Michael Moorcock, os habitantes deste reino são em diversos aspectos uma subversão dos elfos tolkienianos.


Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Elfo

terça-feira, 8 de maio de 2018

Pã/Faunos/Sátiros


Pã é o deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores na mitologia grega. Residia em grutas e vagava pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as ninfas. Era representado com orelhas, chifres e pernas de bode. Amante da música, trazia sempre consigo uma flauta. Era temido por todos aqueles que necessitavam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que eram atribuídos a Pã; daí o nome pânico.
Tornou-se símbolo do mundo pagão por ser associado à natureza e simbolizar o universo. Em Roma, chamado de Lupércio, era o deus dos pastores e de seu festival, celebrado no aniversário da fundação de seu templo, denominado de Lupercália, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro. Pã foi associado com a caverna onde Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba. Os sacerdotes que o cultuavam vestiam-se de pele de bode.
Nos últimos dias de Roma, os lobos ferozes vagavam próximos às casas. Os romanos então convidavam Lupercus para manter os lobos afastados.

Pã apaixonou-se pela ninfa Arcadiana Syrinx, que rejeitou com desdém o seu amor, recusando-se a aceitá-lo como seu amante pelo facto de ele não ser nem homem, nem bode. Pã então perseguiu-a, mas Syrinx, ao chegar à margem do rio Ladon e vendo que já não tinha possibilidade de fuga, pediu às ninfas dos rios, as náiades, que mudassem a sua forma. Estas, ouvindo as suas preces, atendem o seu pedido a transformando em bambu. Quando Pan a alcançou e a quis agarrar, não havia nada, excepto o bambu e o som que o ar produzia ao atravessá-lo.
Quando, ao ouvir este som, Pã ficou encantado, e resolveu então juntar bambus de diferentes tamanhos, inventando um instrumento musical ao qual chamou syrinx, em honra à ninfa. Este instrumento musical é conhecido mais pelo nome de Flauta de Pã, em honra ao próprio deus.
Pã teria sido um dos filhos de Zeus com sua ama de leite, a cabra Amaltéia. Seu grande amor no entanto foi Selene, a Lua. Em uma versão egípcia, Pã estava com outros deuses nas margens do Rio Nilo e surgiu Tífon, inimigo dos deuses. O medo transformou cada um dos deuses em animais e Pã, assustado, mergulhou num rio e disfarçou assim metade de seu corpo, sobrando apenas a cabeça e a parte superior do corpo, que se assemelhava a uma cabra; a parte submersa adotou uma aparência aquática. Zeus considerou este estratagema de Pã muito esperto e, como homenagem, transformou-o em uma constelação, a que seria Cápricórnio.


Faunos:

Fauno (do latim Faunus, "favorável" ou também Fatuus, "destino" ou ainda "profeta" é nome exclusivo da mitologia romana, de onde o mito originou-se, como um rei do Lácio que foi transmutado em deus e, a seguir, sofreu diversas modificações, sincretismo com seres da religião grega ou mesmo da própria romana, causando grande confusão entre mitos variados, ora tão mesclados ao mito original que muitos não lhes distinguem diferenças (como, por exemplo, entre as criaturas chamadas de faunos – em Roma – e os sátiros, gregos).
Assim, para compreender a figura de Fauno, é preciso inicialmente saber que o nome era usado para denominar, essencialmente, três figuras distintas: Fauno, rei mítico do Lácio, deificado pelos romanos muitas vezes confundido com Pã, com Silvano e/ou com Lupércio (como deus, era imortal); Faunos (no plural, embora possa ser usado no singular, quando individuado o ser) – criaturas que, tal como os sátiros gregos,possuíam um corpo meio humano, meio bode, e que seriam descendentes do rei Fauno. (Eram semideuses e, portanto, mortais); ou ainda, Fauno, um marinheiro que, tendo se apaixonado por Safo, obteve de Afrodite beleza e sedução a fim de que pudesse conquistar a poetisa.
Desde a Antiguidade, em muitos festivais de Atenas, a maioria dedicados a Dionísio, diversas tragédias eram representadas antes de uma peça chamada "satírica", onde os atores, em coro, se fantasiavam de faunos, realizando danças e cantos em flautas, para cortejar o deus. Desde então, a obra satírica foi aproveitada pelo Renascimento e em alguns Classicismos, estando presente em artistas da Europa, e na poesia de Gregório de Mattos.
O mito do fauno fundiu-se com muitas outras culturas e, passando pelos séculos, adquiriu muitas representações artísticas. Na representação da escultura, Praxíteles talvez tenha sido o primeiro a retratar a figura como jovem e bela, conservando seu lado físico humano e obscurecendo seus traços animais.  Além de ser trabalhado em obras literárias (notavelmente na poesia), o mito do fauno atravessou os tempos e atingiu também a arte barroca e também a arte renascentista, onde seus artistas o retratavam de formas diferentes.

Os faunos (de uma raiz latina que significa "favorável") eram gênios dos bosques da mitologia latina, representados como bodes da cintura para baixo e humanos da cintura para cima, mas dotados de chifres de bode. Eram considerados descendentes do deus Fauno e de sua esposa Fauna ou Bona Dea. O pinheiro e a oliveira selvagem lhes eram consagrados e eles presidiam aos trabalhos dos campos.
Os romanos os identificaram com os sátiros que formavam o cortejo de Dioniso na mitologia grega. Faunos e sátiros tinham originalmente características bem diferentes, mas a arte romana e a arte clássica da Europa moderna trataram os dois termos como sinônimos e misturaram seus traços.
Os sátiros tinham aspecto mais humano, salvo pela cauda e orelhas de asno, mas eram lascivos e bêbados. Os faunos tinham aspecto mais animalesco, mas costumavam ter comportamento mais digno.


Sátiros:


Para ficar mais claro, é importante ressaltar que os sátiros da mitologia grega são seres da natureza que tem metade do corpo em forma humana e a outra metade em forma de bode, sendo, então, popularmente citados como as criaturas metade homem, metade bode. Esses seres são equivalentes aos faunos, da mitologia romana.
Sendo assim, vamos conhecer um pouco mais de cada uma dessas figuras da mitologia grega e entenda melhor sobre cada um deles.

Os sátiros da mitologia grega

Na mitologia dos povos da Grécia, os sátiros são considerados divindades menores da natureza. Eles possuem o aspecto físico de homens, porém com pernas, cauda e orelhas de bode ou cabrito.
mitologia-grega-satiros3Os sátiros, que são sempre figuras masculinas, também possuem chifres nas testas, os narizes achatados, barbas longas e lábios grossos.
Para eles, normalmente, era oferecido o pinho e a oliveira e, mesmo sendo seres divinos, eles não eram imortais.
Esses seres viviam nos bosques e nos campos e, frequentemente se relacionavam com as ninfas. As relações mais comuns eram com as Mênades, que se juntavam com eles para realizar o cortejo de Dionísio.
Além de Dionísio, que era o deus do vinho, os sátiros também acompanhavam , que era o protetor dos pastores, dos bosques, dos rebanhos e campos.

Outra grande curiosidade sobre os sátiros na mitologia grega, é que eram seres de grande potência sexual. Justamente por isso eram retratados, muitas vezes, apresentando uma ereção.

Sileno, o “pai” dos sátiros

mitologia-grega-satiros-silenoSegundo algumas tradições gregas, Sileno era considerado o pai das tribos de sátiros.
O pai dos sátiros era um inegável consumidor de vinho. Suas representações eram feitas quase sempre com sua figura visivelmente bêbada, amparada pelos sátiros ou então sendo carregado por burros.
Vale lembrar que Sileno faz parte do mito importante que envolve o Rei Midas. Nesse mito, Sileno é encontrado bêbado pelos servos do rei e é levado a ele para que seja cuidado.
O Rei Midas cuida de Sileno até que se recupere e depois o leva até Dionísio, seu filho, ou pupilo. Dionísio, muito agradecido, oferece ao Rei a realização de um desejo e este escolhe o toque de ouro.
Sendo assim, Sileno tem um papel fundamental no mito do Rei que transformava em ouro tudo aquilo que tocava.

Marsias, outro importante sátiro da mitologia grega

mitologia-grega-satiros2Marsias também foi um sátiro muito importante na mitologia grega, além de Sileno.
Segundo as lendas e mitos, essa figura mitológica foi a que desafiou Apolo em um concurso musical.
Marsias era um excelente tocador de flauta e tocava um instrumento que havia sido feito por Atena. Nesse concurso, segundo a decisão das juízas, que eram as musas, quem saiu vencedor foi Apolo.
Como punição ao perdedor, Apolo pregou o sátiro em uma árvore e o sangue que escorreu do seu corpo deu origem ao rio chamado Marsias.
Nos dramas satíricos, os sátiros eram figuras imprescindíveis, obviamente. Esses dramas eram peças leves, apresentadas nos teatros gregos de uma forma cômica como um complemento e alívio para uma trilogia trágica que era feita em homenagem a Babo.
Nessa tragédia, o mais interessante de tudo, é que os personagens atuam de forma séria, porém, seus atos são satirizados por comentários obscenos e irrelevantes feitos pelos sátiros que os acompanham.

Fonte:http://mitologiaecultura.blogspot.com.br/2010/12/faunos.html
Fonte:https://mitologiagrega.net.br/satiros-metade-homem-metade-bode/