A lenda do Boitatá descreve esse personagem folclórico como uma grande serpente de fogo. Ele protege os animais e as matas das pessoas que lhe fazem mal e principalmente, que realizam queimadas nas florestas.
Na narrativa folclórica, essa serpente pode se transformar num tronco em chamas com o intuito de enganar e queimar os invasores e destruidores das matas. Acredita-se que a pessoa que olhar o Boitatá torna-se cega e louca.
A lenda do Boitatá é de origem indígena, e a palavra Boitatá, na língua Tupi-Guarani, significa cobra (boi) de fogo (tata).
Apesar de ser oriunda da língua indígena, a lenda do Boitatá encontra-se num texto do século XVI do Padre Jesuíta José de Anchieta.
Vale lembrar que José de Anchieta baseou-se nos relatos dos indígenas para compor seu texto:
"Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados “baetatá”, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza." (In: Cartas, Informações, Fragmentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933)
Sua narrativa sofreu muitas modificações ao longo do tempo, e portanto, reúne diversas versões. Dependendo da região do Brasil, o nome do personagem pode variar: Baitatá, Biatatá, Bitatá e Batatão.
A Lenda:
Numa das versões da lenda, uma grande cobra vivia adormecida num imenso tronco e ao despertar faminta, resolveu comer os olhos dos animais.
Cada vez mais ela foi emitindo uma grande e intensa luz, tornando-se uma cobra de fogo. Ao proteger a floresta, ela assusta as pessoas que vão às matas durante à noite.
No norte e nordeste do Brasil, a imensa cobra de fogo vive nos rios e sai no momento em que há invasores nas florestas para queimá-los.
Segundo alguns nordestinos, o boitatá, conhecido como "Alma dos Compadres e das Comadres", representa as almas penadas malignas que passam queimando tudo.
Já no sul do país, a versão que prevaleceu advém da história bíblica do Dilúvio. Nela, muitos animais morreram e as cobras que sobreviveram tiveram como castigo o fogo.
Nessa versão, o fogo aparece na barriga de cada uma as quais se tornam iluminadas e, ao mesmo tempo, transparentes.
Há ainda uma versão em que o Boitatá não é uma grande cobra, e sim um touro feroz que solta fogo pela boca.
Fonte:https://youtu.be/ePlEjaW9OwY
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