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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Mitologia Eslava


Os eslavos são o mais numeroso grupo étnico e linguístico da Europa atual. Os “povos Eslavos” estão espalhados pela região conhecida como Europa Central e Europa Oriental, alem de uma parte da Ásia, nos mais diversos países, como Polônia, Bulgária, Áustria, Eslováquia, etc.
Considera-se que sua migração para a Europa se deu a partir dos séculos V e VI, seguindo a trilha dos povos Germânicos. É claro, porém, que sua civilização é bem anterior a isso, tendo origem nas estepes russo-ucranianas. No principio de nossa era, o grupo dos Eslavos eram prováveis habitantes da margem Oriental do rio Vístula. De fato, somente parte dos povos eslavos seguiram os Germânicos, pois um ramo passou a habitar a atual Rússia. Os Eslavos que seguiram os Germanos se estabelecem no grande vazio deixado pela sua ida ao Ocidente, preenchendo a atual região da Europa Oriental, incluindo a Sérvia, a Romênia, a antiga Iugoslávia, a Macedônia, etc. eram organizados em tribos, cada uma cultivando um pequeno terreno fértil em volta, usando de engenhos elementares. Sua sociedade é difícil de esboçar, mas parece ter a família como base. Eram sedentários, mas eventualmente erguiam-se para cultivar terrenos mais férteis, talvez sendo essa uma das lembranças do tempo de nomadismo. As tribos tinham seus chefes, e esses chefes eram unidos em pequenas confederações, lideradas por um príncipe, que organizava a defesa geral. Tal organização é mais clara de ser vislumbrada depois do fim das correntes migratórias, por volta dos séculos VI-VII d.C.
A grande “onda Eslava” foi tão importante para a Europa quanto a Germânica. Seu efeito foi notável, existindo ataques a províncias bizantinas e o escasso povoamento da região entre o Adriático e os Carpatos. Assim, dos Eslavos como povo “Bárbaro”, os registros são menos escassos, haja vista mais de uma vez terem atacado o império Bizantino, nas províncias alem do rio Danúbio. Tais expedições podem ter sido geradas pelas incursões de búlgaros e avaros, que empurraram os eslavos mais para o Ocidente.
Primeiro Estado Eslavo digno desse nome parece ter surgido com um certo Samo, no último quartel do século VII, quando ele construiu um reino desde os Alpes Austríacos até o mar Báltico, com seu núcleo constituído de Sérvios, Morávios, e eslovacos. Porem tal reino não dura, seguindo-se um longo período de divisão, em que os eslavos foram absorvendo os povos da região, como os romanos da Iliria, os dálmatas, os bizantinos entre outros. Certos aspectos culturais começam muito lentamente a se insuflar no povo Eslavo.
Também é preciso que se cite os eslavos que emigraram para a Rússia. Esses, segundo nossos registros, deram origem a grandes entrepostos comerciais, como Kiev e Novgorod. Os povos Eslavos e da Europa Oriental entraram, então, numa verdadeira idade das trevas, tendo em vista que não houve um processo de aculturação muito destacado até a disseminação da religião Cristã.

Religião Eslava:

São conhecidos poucos registros escritos tratando dos Eslavos dos séculos antes da cristianização. Entre outras fontes é comum se apelar para o controverso Livro de Veles, que é um texto sagrado dessa religião. O Saxo Grammaticus é outra fonte de autenticidade disputada. O Chronicon Slavorum por Helmold é em geral aceito como uma fonte genuína, tratando de cultura Eslava do primeiro milênio depois de Cristo, mas dele só se tem poucos fragmentos. Apesar disso, nos escapa quem detinha o poder sacerdotal na religião eslava, ou mesmo a cosmologia desse povo.
Outras fontes usadas são os épicos dos povos eslavos (bogatyrs) preservados quando a cristianização com a transformação de seus protagonistas em virtuosos heróis cristãos, mas sem retirar dos épicos a existência de mágica ou de certas entidades fantásticas.
A grande fonte da antiga religião eslava é, portanto, o imaginário e o folclore desse povo, como retratou magistralmente Bram Stoker em seu célebre Drácula: Vampiros, lobisomens, bruxas e espíritos. Esses conceitos subsistiram mesmo depois da cristianização dos Eslavos em sua cultura. Uma outra maneira de estudar a mitologia eslava é observar os grandes arquétipos herdados por eles de sua herança indo-européia.
Assim é com o deus do céu, e com a existência de Deuses pares, um representando o bem e o outro o mal.

Panteão:

Os Deuses Principais: Deuses que eram cultuados por todos os povos Eslavos:
Deus do céu, possivelmente de inspiração indo-européia, era considerado o criador do mundo, era o pai de todos os Deuses, o criador dos mortais e o doador de todas as artes aos homens.

a deusa da terra, seu nome significa “úmida mãe terra”. Era muito cultuada, com seus fieis pedindo constantemente por boas colheitas, por fertilidade entre outras coisas. A maneira de cultuá-la, era cavando um buraco e falando nele, para a partir dos sons emitidos descobrir se seriam boas ou não as colheitas.
Baba Yaga: Deusa da morte, era famosa por seu olhar mortal, costumava emboscar os homens de coração ruim, matá-los e levá-los para sua casa, onde os devolvia a vida e os comia. Guardava seus ossos, com os quais construía sua casa, e os dentes que usava para a fechadura. Era famosa também por montar num almofariz, e usar um pilão para impulsioná-lo. Tinha uma vassoura, que usava para apagar o rastro de sua casa.
Koshchei, o sem morte[/b]: seu nome significa velho ossudo. Como Baba Yaga, de quem era contraparte masculina, era um gênio mal, famoso por viajar pelas aldeias, matando as pessoas que encontrava em seu caminho. Era imortal, guardando sua vida num ovo, dentro de um pato, dentro de uma lebre, dentro de uma cuba, escondida debaixo de um carvalho. Quem o matou foi o príncipe bogatyr (herói) Ivan, que alvejou com uma seta o pato, quebrando o ovo, depois de achar a cuba e matar uma lebre, para impedir Koshchei de matar os aldeões de uma pequena vila.
deus do trovão e dos raios, Perun era o responsável por fertilizar a terra. Era um Deus temperamental, associado aos carvalhos. Tinha outro papel como divindade da guerra, ocasião na qual cavalgava pelos céus numa carruagem puxada por um bode gigantesco. Era representado com uma estatua de carvalho, com cabeça de prata e bigode de ouro. Outro símbolo que era usado para Perun era o dragão.
Deus da fertilidade e do sexo, era representado como um jovem de grande beleza. Era adorado especialmente na primavera, depois da colheita, quando uma das virgens era coroada como sua rainha, na esperança de que ele abençoasse as sementes recém plantadas.

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